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História de Alpinópolis-MG

É um município brasileiro do Estado de Minas Gerais. Na região, o município é mais conhecido pelo seu antigo nome "Ventania". De acordo com o último Censo realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 18.487 habitantes. Está localizado há uma distância de 341 km da Capital Mineira (Belo Horizonte), numa das regiões mais prósperas do Estado,  possuindo uma área territorial de 459 km², tendo uma economia altamente diversificada.

A cidade tem se tornado cada vez mais conhecida nacionalmente através do Monte das Oliveiras, que é um espaço construído a céu aberto destinado à pratica de meditação, apresentações teatrais e excursões com finalidade religiosa (ecumênica).

HISTÓRIA

O povoado surgiu no final do século XVIII, encravado ao pé da Serra da Ventania. Em 1759, após a queimada dos Quilombos pelo bandeirante Bartolomeu Bueno do Prado, uma expedição de mineiros comandada pelo Padre João Côrrea de Mello, vinda de Mariana, atravessa o Rio Grande, passa pela Barra do Pontal, Fazenda Pouso Alegre e chega em Jachuy, tomando posse das terras. Em 1762, uma expedição de Paulistas, comandada por Mathias de Carvalhaes, entra em sentido contrário, retomando a posse das terras até a margem esquerda do Sapucaí, fato comemorado em cerimônia solene em 5 de fevereiro de 1762, na Barra do Pontal.Em 1764, uma expedição de Mineiros, desta vez comandada pelo Governador da Capitania, General Luiz Diogo Lobo da Silva, saiu de Villa Rica em 20 de agosto de 1764, acompanhado do Provedor da Fazenda Real - José Gomes de Araújo, do Intendente da Comarca - Dr. Manoel Caetano Monteiro e do Secretário de Governo - Dr. Cláudio Manoel da Costa, além do pessoal da escolha e serviço. A expedição, atravessando o Rio Grande na Barra do Pontal, passou pelo famoso Sítio do Zundu, chegando em Jacuhy, onde instalou a Villa, tomou posse das terras e demarcou as divisas das Capitanias de Minas Gerais e São Paulo.

Foi nesse vai e vem de expedições que apareceram os primeiros moradores por aqui. Viviam da exploração de garimpos nos Córregos da Prata, Ouro e no Ribeirão Conquista, onde instalaram a rancharia nas proximidades de uma gruta. Em 1769, D. Frei Manuel da Ressurreição - Bispo Diocesano de São Paulo - concede licença aos moradores da fazenda para que suas devoções fossem atendidas através de um Altar Portátil. Em 1782, foi concedida licença aos moradores para erguer uma Ermida, com orientações de localização e outras recomendações. Diante disso, o pequeno núcleo se mudou para a parte alta da fazenda, e do contato direto com a brisa acelerada que varre nossas montanhas, surgiu naturalmente o nome: Sítio Ventania, Fazenda Ventania, Serra da Ventania, Ventania... Em 1799, não conseguindo construir a capela, Antônio Soares Coelho, João Coelho de Souza, justificam o insucesso e solicitam a D. Matheus de Abreu Pereira - sucessor de D. Frei Manuel da Ressurreição - Bispo Diocesano de São Paulo, uma nova licença para a construção da Ermida de São Sebastião, informando que a Fazenda Ventania contava com várias famílias, entre livres e escravos, em número superior a 80 pessoas, distante de Jacuhy dezesseis léguas, passando por cinco ribeirões caudilosos.

Apesar do despacho favorável de D. Matheus em 30 de setembro de 1799, os "Coelho", não alcançando o intento, venderam os Sítios Ventania e Ponte Alta a Januário Garcia Leal em fins de 1799, e sem realizar a construção da Capela, voltaram para Jacuhy. Em 1806, Marianna Lourença de Oliveira informa que o marido Januário Garcia Leal, ausente há mais de três anos, deixou determinado que vendesse as terras para pagamento de dívidas contraídas com primos em 1802. Em 25 de novembro de 1806 os Sítios Ventania e Ponte Alta foram vendidos ao Alferes José Justiniano dos Reis, documento passado com validade de escritura por falta de tabelião. É o primeiro documento das terras de Ventania e foi assinado a rogo por Thomé Soares Coelho por ser Marianna analfabeta. Foi assim que a Ventania entrou no século XIX...

Fonte: Livro "História de Alpinópolis" - de José Iglair Lopes (in memoriam).

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